Iniciei o projeto Coisas do Cotidiano em setembro de 2011
através da minha conta no Facebook e Instagram
O projeto já conta com quase 1000 registros e a partir de 2013 todas as imagens passaram a ser capturadas e tratadas exclusivamente com o uso de celular. O trabalho segue por tempo indeterminado.
Busco registrar o que passa despercebido pela correria do dia a dia, novos ângulos para cenas comuns sobre os mais variados temas, sempre acompanhadas de um título. Esse é o diferencial e o ponto e partida para a leitura e diálogo com o espectador que acompanha o projeto. Os títulos podem ser poéticos, irônicos ou provocativos e é a partir dessa junção, imagem+palavra, que apresento a minha visão de mundo.
Descobrimos muita afinidade no nosso trabalho ao longo de toda a nossa trajetória, como o bom-humor, o afeto, a brincadeira. Já havíamos trabalhado juntos em outros momentos e nos divertido muito com isso. Também temos em comum que ambos colecionamos brinquedos e, em um determinado momento, criamos os nossos próprios: as Bonecas Feias e a coleção Um Amor de Robô. Esse é o ponto de onde partiu a ideia de fazermos uma exposição juntos.
O brincar é uma necessidade dos dois, na vida e na arte. Buscamos compreender essa necessidade e descobrimos o quanto o brincar é poderoso e libertador na vida adulta, sendo inclusive comprovado cientificamente: Stuart Brown, psiquiatra e fundador do National Institute for Play, afirma: “Nada ilumina mais o cérebro do que brincar“. A brincadeira muitas vezes é confundida com a falta de seriedade quando, na verdade, o não-brincar não torna as pessoas mais sérias, e sim, mais tristes.
Foi justamente a tensão e o stress dos tempos atuais que nos fez compreender que a brincadeira também pode ser vista como um antídoto para tempos tão difíceis e ambíguos. Para nós, a arte é uma forma de acessar esse universo e, então, trazemos essa provocação ao público: afinal, por que deixamos de brincar quando crescemos?