Comer o Sol

Comer o Sol
Quindim era um dos seus doces favoritos e naquela manhã de sexta-feira, depois de uma reunião que o deixou muito feliz e empolgado, decidiu que era hora de um café. Com quindim.
Entrou na confeitaria Princesa – com mais de 60 anos de história – na subida da rua da praia. Lembrou de uma Porto Alegre que o acolheu e que ainda acolhe. De uma cidade onde construiu sua história, sua vida. Onde viveu e descobriu o verdadeiro Amor. Uma cidade que não andava tão alegre, mas isso, neste momento, não era o que ele queria pensar.
Quando o quindim chegou, ele olhou para o pequeno pratinho, retirou o peloti rosa, deixou apenas o plástico decorado, ajeito sobre o balcão e fez a foto.
Ele andava sentindo uma energia bonita nas últimas semanas e o mês de outubro estava mesmo iluminado com muitas coisas bacanas acontecendo.
Olhou novamente para o doce e pensou: é o Sol. Comeu com calma. Comeu o Sol. Sorriu e pensou que esses delírios e essa conexão real com a vida, esses pequenos momentos, são o que dão sentido à existência.
A partir de agora, pediria sempre um Sol para comer. Era isso!